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FUNDAÇÃO DO GAMR


Falar da fundação do GAMR, mais de trinta anos depois, é bem estranho, pois mexe com
lembranças e sentimentos adormecidos de uma época bem complicada. Lembro bem, de um
grupo de cinco pessoas entusiasmadas (com medo com claro), e sonhadoras se reuniram na
Chácara Santa Mônica, de propriedade do irmão de Letícia. Era um lugar lindo, de muito verde
e capricho nas plantas do jardim, nas árvores, no pequeno pomar e na casa rústica com
detalhes de pedras e com uma linda lareira, logo na sala.


Nunca tinha visto uma lareira na minha vida, a não ser nos filmes estrangeiros, principalmente
filmes natalinos. Ficava imaginando o Papai Noel descer pela chaminé daquela lareira, era algo
humanamente impossível, se bem que Papai Noel, não era humano. Ficando me
questionando, como poderia uma lareira num lugar no nordeste do Brasil. Só tempos depois,
descobri que na cidade de Gravatá, isso era bem comum nas tantas casas de inverno.
Foi nesse ambiente pitoresco e bucólico, que o GAMR de fato foi fundado. O lugar foi
escolhido, justamente por ser especial e propício para o nascimento de algo, também especial.


Estavam presentes naquela tarde de primavera: Maria Letícia (a dona da casa), Edson Oliveira,
Cecília Otília (Nina), Severina Batista e Axel (o alemão). Cinco pessoas, imbuídas num único
sonho, mas também com muitas incertezas. Lembro que tivemos algumas reuniões antes,
ainda no Centro Social Urbano, com a presença de outras pessoas que faziam parte da equipe
de trabalho, como Cacilda, Robertinho, Amélia, Dona Alzira, Cleide, Conceição Moura, Ilza,
Iraci, Severino, Axel e Edson Oliveira. Lembro, que em várias ocasiões, recebíamos a visita de
militantes do Movimento Nacional dos Meninos e Meninas de Rua – MNMMR, como Helena
Jansem e Dudui, inclusive o nome do GAMR, foi sugerido por Conceição Moura, inspirado no
movimento, mas que seria um nome provisório. Um provisório que já dura quase trinta anos,
apesar das varias tentativas em mudar para Meninos do Sol, mas o nome GAMR, sempre se
sobressai.

 

Foram várias reuniões e capacitações em Recife, mas foi no dia 31 de maio de 1991,
na Chácara Santa Mônica, onde paramos para fundar e celebrar o nascimento de um sonho
compartilhado por um grupo, que mesclava, juventude e seus arroubos e sabedoria dos mais
velhos, num desejo coletivo de construir uma sociedade mais justa e igualitária, onde todas as
crianças, tivessem o direito de viver e viver com dignidade, junto de suas famílias. Naquele dia,
foi firmado esse compromisso.


Aqui deixo meu respeito e veneração, a todos e todas que de alguma forma, contribuíram para
que o GAMR chegasse, onde chegou, podendo destacar:
Maria Letícia, Dona Alzira, Iraci, Dinho, Severino Luis e Vigório – in memória, pois já não estão
mais conosco nesse plano.


Axel, Severina, Cleide, Cacilda, Robertinho, Cecé, Vera, Conceição, Cleide, Amélia, Nadjaecio,
João Neto, Jaquelines, Maciel, Milton, Mauriceia, Salvani, Fabinho, Dona Lindalva, Flavinha,
Nerisvaldo, Deivisson, Daniel, Jesus, Axel Oliveira, Wellington Lúcio, Wellington Gonçalves,
Ieda Marques, Macione Barroni, Alberis... E tantos outros que ainda estão por vir e
principalmente a todas as crianças e adolescentes e jovens, que já passaram pelo GAMR e
tiveram suas vidas impactadas.

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